Trágica Escória - Errada Vida Minuscula

Dia tranquilo
Acordar onde isso não faz sentido
Não há o que fazer
Apenas atirar no sonho do amanhecer

Sorriso sangrento
Ainda quer o corpo, mas de outro jeito
Ela mudou
Se comporta igual monstro de horror

Tarde cinza
Aparente calma disfarça ruína
Sonho ferido
Ás vezes volta em busca de sentido

Baratas estão aqui
Pra lhe mostrar
Pernilongos estão aqui
Pra lhe picar

É tudo vida esquecida, minúscula
Igual a sua, despercebida
A se acabar

Vermes estão aqui
Pra lhe habitar
Vírus estão aqui
Pra lhe matar

Agora é corpo baleado
Vazam sonhos engraçados
Fede mentira da sua autoria
Compartilhada por sua cria

Por que você tinha que se meter?
Roteiro não escrito por você
Final onde você é heroína
Munca fez parte da doutrina

Atitude não fez diferença
Teve que engolir sua sentença
Agora é pálida e tão fria
Nunca mais será dona da esquina

Porta aberta
Mas incerta
Ela não pensou
Atravessou
Como se soubesse

Desconhecido viu e sorriu
Estrangulou o sorriso que atravessou

Porta fechada
Já lacrada
Para sempre
E o sempre
O silêncio

O que pretende com essa mensagem?
Não me conhece, meu céu estremece
Por que mancha minha paisagem?
Mundo esqueceu, por que você não esquece?

Isso é pra me provocar?
Adesivo no carro no meu rosto catarro
Agora vou satisfação tirar
Satisfeito estou pois seu rosto esmagou

Morto está na porta da garagem
Aprenda a lição como bom cidadão
Provocação talvez miragem
Mas já não importa pois bateu na porta

Seu correto é o mais incorreto
Repetido e tão incerto
Correto é o nome
Errado, o sobrenome

Meu errado é o mais engraçado
Divertido e tão bem bolado
Errado, só no nome
Certo glorioso

Por que você não criou o seu errado?
Escolheu aquele já vivenciado
Normal é o nome
Triste, o sobrenome

O contrato que diz que devo ser um palhaço
Não assinado, faça a regra, eu sorrio calado

Escureceu
Me abrigo na esquina sombria
Enquanto eu
Penetro carne proibida

Me sinto limpo
De tão sujo o que consumo, vomito
Não julgo ou sinto
Culpa que me segue o infinito